Estivemos no #HackTown, em Santa Rita do Sapucaí/MG, e vamos te contar como uma pequena cidadezinha pode apoiar a inovação tecnológica e promover a qualidade de vida através da educação.
Santa Rita do Sapucaí. Uma cidade de aproximadamente 45.000 habitantes, no sul de Minas Gerais. Tomada por mais de 300 palestras, shows e workshops rolando simultaneamente (HACKTOWN, 2018).
Além de contribuir com nossa palestra sobre representatividade negra nos games, tivemos a oportunidade de participar da palestra " Cidade Criativa: duas palavras, um caminho. A experiência de Santa Rita do Sapucaí".
A palestra fora realizada pelo prefeito da cidade, o Sr. Wander Chaves. Sim, em épocas preocupantes no cenário político brasileiro, fomos armados com pedras e paus. O resultado?
Pegamos as pedras e paus, e montamos uma cabana.
Pra começo de conversa, o Sr. Wander sequer mencionou seu partido político. Em nenhum momento, houve discurso daqueles imponentes que infelizmente estamos acostumados. Ao contrário, a palavra que permeou o espaço, do início ao fim, foi de educação em comunidade.
As cidades criativas são conhecidas por resgatar essências de sua história e (re)ssignificar seu presente e futuro. No caso de Santa Rita do Sapucaí, desde 1968 as políticas são voltadas para o setor criativo.
O termo " Cidade Criativa" nasceu na Inglaterra. Em Santa Rita do Sapucaí, as pessoas criaram a utopia de " Cidade Feliz".
Citando Foulcault, Deleuze e Derrida, a proposta é que não cabe mais ir de acordo com as certezas, e sim procurar por brechas. Segundo Wander, os movimentos culturais na cidade podem melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Pra completar o pensamento, Wander ainda citou nosso patrono da educação, Paulo Freire. No viés do pensamento de um cuidador da comunidade, é necessário encontrar as coisas que estão mais escondidas. Através de múltiplos conhecimentos, podemos realizar nossas escolhas melhor.
Veja bem: em uma cidade com aprox. 45.000 moradores, 50% trabalha em empresas com DNA de inovação. Segundo o prefeito, são atualmente 160 empresas que fazem parte do ecossistema, gerando mais de 2 bilhões de reais de receitas, anualmente.
Os 4 vetores do programa
Tecnologia como forma de inclusão: Há um fosso entre quem domina a tecnologia ou não. Aqueles que dominam ficam com o poder, os que não dominam executam as coisas automaticamente sem saber. Precisamos mudar isso.
Empreendedorismo: forma de estimular o sonho e realizar. Tecnologia e empreendedorismo tinham o poder de responder as necessidades do mercado
Cultura: forma de alteração da consciência e humanização. Separado do lazer.
Ètica e cidadania: dar as pessoas ferramentas (chaves) para que elas entendam e consigam decidir melhor entre as virtudes e os vícios. Muitas vezes, as pessoas decidem errado porque não tem as ferramentas no campo da ética e cidadania.
Inspiração para a educacao
Nas próprias palavras do prefeito, a utopia criada traz uma nova perspectiva de vida àquelxs que pensam em inovação. É a tecnologia utilizada pem prol das pessoas e com as pessoas, e não para excluí-las ainda mais.
Ao invés de ir em direção à manada, busca-se a verdade. Nem sempre a verdade está com a manada, não é mesmo?
Sinceramente, não sei o como o conceito de "cidade criativa, cidade feliz" poderia ajudar espaços das grandes metrópoles, como São Paulo. A resposta do prefeito? Reúnam as pessoas, assim as potencialidades da cidade aparecerão. Futuramente, além de cidade criativa, quem sabe Santa Rita do Sapucaí (e outras comunidades) tornem-se cidades educadoras, á qual as pessoas vão se educando e educam, naturalmente.
Saímos de Santa Rita com vontade de voltar. Ficar mais. Contribuir com as inovações da Game e Arte, do Jaderson e da Tainá, e também nos transformarmos muito. Afinal, quem não gostaria de viver em uma cidade com auto estima, que respeita a singularidade, valoriza o trabalho e constrói um ecossistema propício à tudo isso?
Por fim, replico novamente as sábias palavras do Sr. Wander:
" A única forma de estabelecermos comunicação é com amor"
E você, tem vontade de viver em uma cidade criativa, cidade feliz?
Texto: Jaderson Souza
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